Comunicações

 

 

 

ALEXSANDRA SOMBRA (Mestranda em Filosofia – UECE/FUNCAP)

alexsa_filos@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Emanuel Ângelo da Rocha Fragoso (Filosofia – UECE)

 

Título: A liberdade x felicidade em Jean-Jacques Rousseau

 

Resumo: No século das luzes, sob o domínio da razão, encontramos um pensador distinto. Sonhador para uns, irracionais para outros, assim é Jean-Jacques Rousseau. Contrário às posições filosóficas de seus contemporâneos, principalmente no tocante à razão, acreditava que o homem havia sido traído por aquela tão aclamada e famosa racionalidade. Segundo ele, a maior prova dessa traição se manifestou através da perda da liberdade, bem natural, precioso, promotor da felicidade. Em sua obra “O Contrato Social” escreve que o homem nasce livre e em toda parte encontra-se a ferros. Toda essa prisão e infortúnio foram promovidos pela razão que levou o homem à própria ruína e miséria, fazendo-o negar e subjugar suas vontades e necessidades. O homem sai de um mundo natural, espontâneo e feliz e passa para outro no qual deveria desfrutar dos benefícios da pretensa racionalidade, mas encontra um mundo sem liberdade e sem autonomia para as suas ações e para a realização de suas vontades; um mundo governado pela tão aclamada e opressora razão, geradora de necessidades fúteis e conflitos. Para Rousseau a liberdade é o bem maior do homem. Ela faz parte de sua essência; não é uma condição ou um estado, mas um atributo pertinente à sua natureza. E como tal, pessoal e intransferível. Donde, não é cabível e não faz jus ao homem, o desejo de não ser livre. E, é justamente pela liberdade que o homem pode expressar suas vontades e suas necessidades. Por mais que a sociedade racionalista se mostrasse adequada, conveniente e valorizada, ela sem dúvida nenhuma privava o homem desse bem maior, tornando-se assim, para Rousseau, má e corruptora. Assim, o mundo dominado pela razão torna o homem fraco e escravo; e conseqüentemente infeliz. É somente com a reconquista da liberdade que o homem poderá retomar o caminho de volta à sua origem, no qual era verdadeiramente feliz. Mas a liberdade outrora original não tem espaço no complexo mundo da razão. Somente através de um consenso, estabelecido num Contrato Social, seria possível o retorno da liberdade que não seria a original, mas convencionada por normas que garantissem ao homem a sua verdadeira condição de homem: livre e feliz.

 

 

ANA KELLY DE ALMEIDA (Mestranda em Filosofia – UFRN)

anakelly_almeida@hotmail.com

Orientador: Prof. Dr. Abrahão Costa Andrade (Filosofia – UFRN)

 

Título: O sentido do tempo como narrativa

 

Resumo: A presente exposição tem por objetivo examinar o problema circular entre o tempo e a narrativa colocado por Paul Ricoeur através do encontro de dois caminhos teóricos representados, simultaneamente, pelas Confissões, de Agostinho, com a teoria do tempo, e pela Poética, de Aristóteles, com a teoria da intriga, discutido no primeiro volume de Tempo e Narrativa, de Ricoeur. A pergunta pelo tempo se torna para Ricoeur uma busca apaixonada, a qual não se encerra dentro de uma resposta definitiva, mas faz da verdade apenas um horizonte, no qual somos desafiados a novos começos e ambientes. Ele não pretende vencer as aporias do tempo e, sim, trabalhá-las, transitando entre as soluções e os problemas que certamente não deixarão de surgir. Esse enigma indecifrável torna-se ponto de partida para a instauração de uma nova concepção de tempo: o tempo histórico, o qual afirma o saber histórico como resultado de uma compreensão narrativa sem nada perder de sua ambição científica. Dessa forma ele estende a hermenêutica à história, levando a experiência do tempo à reflexão da linguagem. O pensamento de Ricoeur se expressa, por assim dizer, como uma explosão de sentidos, o que caracteriza a sua filosofia como um sistema de conciliações. Pois, a filosofia é, para ele, num certo sentido, um sistema de interpretação.  

 

Palavras-chave: Tempo – Narrativa – Hermenêutica – História – Linguagem

 

 

ANDRÉ ALCMAN (Mestrando em Sociologia – UFC/CNPQ)

andrealcman@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Manuel Domingos Neto (Sociologia – UFC)

 

Título: Nietzsche e Weber: entre a arte e a política frente à crise cultural da modernidade

 

Resumo: Este texto trata da relação entre dois dos principais pensadores, que transitaram na passagem do século XIX para o XX, frente à famigerada crise cultural ocidental:  Friedrich Nietzsche e Max Weber. Tal relação é traçada a partir do ainda polêmico artigo Weber e Nietzsche de Eugene Fleischmann, que vê na obra do “sociólogo da racionalização” um implementador na sociologia da filosofia de Nietzsche. Mesmo considerando a afirmativa de Fleischmann exagerada, procuro evidenciar os laços entre Nietzsche e Weber, principalmente, entre a “filosofia de vida” do primeiro e o pensamento político do segundo contidas nas obras Parlamento e governo na Alemanha reordenada: crítica do funcionalismo e da natureza dos partidos e Política como vocação. Mas não irei apenas de Nietzsche a Weber, procuro o caminho inverso, através de obras como: Rejeições religiosas do mundo e suas direções e Fundamentos racionais e sociológicos da música de Weber, chego a uma fundamentação das posições estetizantes contidas em O Nascimento da Tragédia de Nietzsche. Desta forma, estabeleço, através deste texto, um diálogo entre a reflexão estética e política, partindo desses dois pensadores e fugindo da simplificação proposta por Fleischmann, frente ao mal-estar moderno.

 

Palavras-chave: Nietzsche – Weber – Arte - Política - Modernidade

 

 

CARLOS HENRIQUE CARVALHO SILVA (Mestrando em Filosofia – UFC/FUNCAP)

carlosmachiavelli@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Custódio Luís S. de Almeida (Filosofia – UFC)

 

Título: A crítica sartriana ao solipsismo na obra O ser e o nada

 

Resumo: Tendo como ponto de partida, o reconhecimento da importância do estudo da fenomenologia e da ontologia existencial, sobretudo, do louvável contributo do filósofo francês Jean-Paul Sartre a questão do outro e utilizando como base sua obra de maior destaque, O ser e o nada, pretendemos mostrar a crítica que Sartre faz ao problema do solipsismo abordado por Husserl, Hegel e Heidegger que compreenderam a questão encarando o eu e o outro como duas substâncias independentes uma da outra e capazes de se darem no mundo sem a experiência mediadora de uma das partes, isto é, o outro não necessita do eu para que sua existência seja vista como um fato. Para Sartre é claro e evidente que a presença do outro ao ser negado pelo eu também implicaria a negação da existência do eu por parte do outro. Daí que ele inverte o caminho dos três filósofos predecessores, sobretudo, de Husserl e aponta para a importância do outro como elemento indispensável na comprovação da existência do eu e vice-versa. Se eles apontam que a existência do mundo é um fato, Sartre corrige afirmando que apenas o conhecimento que temos do mundo é capaz de responder sobre a existência dele (mundo) e isto vale também para o outro. Desde então, toda relação eu - outro é para ele uma relação marcada pelo conflito e tentativa de objetivação de um por parte de outro. Logo, Sartre revela-se um profundo crítico do solipsismo ao não aceitar a idéia de dois sujeitos numa relação, preferindo recorrer a uma relação sujeito-objeto.

 

Palavras-chave: Solipsismo - Eu-outro – Existência - Husserl - Sartre.

 

 

CATARINA LABOURÉ MAIA DE ALENCAR TAVARES (Mestranda em Filosofia – UECE)

catarina_alencar@click21.com.br

 

Título: A concepção antropológica do espírito subjetivo na Enciclopédia das ciências filosóficas de Hegel

 

Resumo: Trata-se de uma exposição acerca do primeiro momento do Espírito Subjetivo, a Antropologia, que tem por objeto, o espírito ainda em si ou imediato, na forma de alma ou espírito da natureza. Dentre sua considerações sobre a alma, Hegel apresenta três momentos: primeiramente, a alma em sua determinidade natural, imediata, a alma apenas essente, a alma natural. Em seguida, a alma entra como individual na relação com esse seu ser imediato, e é nas determinações dele, abstratamente para si mesma, alma que sente.No terceiro momento, esse mesmo ser, enquanto é sua corporeidade, está nela configurado; e a alma está nele como alma efetiva.Para Hegel, a alma não é imaterial só para si mesma, mas é a imaterialidade universal da natureza, a vida ideal simples da natureza. É a substância, a base absoluta de toda a particularização e singularização do espírito; de forma que este tem nela todo o material de sua determinação e ela permanece como sua própria idealidade penetrante e idêntica. Porém nessa determinação ainda abstrata, a alma é apenas “sono do espírito”. Isso significa que o espírito veio-a-ser como verdade da natureza, existe na natureza, mas ainda não tomou consciência de sua existência porque ainda está em sua forma imediata, presa às determinidades naturais. 

 

Palavras-chave: Hegel – Antropologia – Alma - Espírito Subjetivo  

 

 

CÍCERO ANTÔNIO CAVALCANTE BARROSO (Mestre em Filosofia – UFC)

 

Título: Onde está a necessidade?

 

Resumo: Imagine que você vai ao cinema e só resta uma cadeira vaga. Nesse caso, pode-se dizer que se você sentar naquela cadeira, sua sentada será uma sentada necessária? Dada a lei física da impenetrabilidade da matéria, sim. Se você nasceu em Março de 80, é necessário que você tenha 25 anos? Dadas as leis da aritmética, sim. Estes dois exemplos mostram algo em comum: o que é dito necessário recebe esta denominação porque se segue de premissas aceitas. De fato, isto é o caso com tudo o que é dito logicamente necessário, inclusive com as proposições necessárias. Essas proposições são verdadeiras para qualquer interpretação, mas não é por isso que elas são necessárias. Elas são necessárias porque são teoremas lógicos, ou seja, são proposições que se seguem de um conjunto de premissas aceitas, a saber, o conjunto dos axiomas lógicos. Se você pensar em teoremas lógicos provados numa lógica sem axiomas, ainda assim você verá que tais teoremas só podem ser considerados necessários se as regras de inferência usadas para prová-los forem aceitas. Com base nesses exemplos, pretendo mostrar que a necessidade lógica é espelhada essencialmente pela relação de inferência dedutiva, a relação existente entre algo que é dado e algo que é derivado a partir daí.

 

Palavras-chave: Necessidade – Proposições Necessárias – Inferência Dedutiva

 

 

CLÍSTENES CHAVES DE FRANÇA (Graduado em Ciências Sociais – UFC)

clisteneschaves@hotmail.com

Orientador: Prof. Dr. José Maria Arruda (Filosofia – UFC)

 

Título: Pragmática formal e realismo, um diálogo possível?

 

Resumo: O objetivo principal desta pesquisa é a tematização da relação que pode ser estabelecida, e que Habermas crê possível e implícita desde seus inícios, entre a pragmática formal e a problemática do realismo. O ponto central de meu interesse radica-se na tese racionalista de Habermas, segundo a qual só mediante um consenso racional entre os indivíduos de uma comunidade poder-se-ia decidir-se sobre a verdade de proposições acerca de um mundo externo. A dificuldade dessa hipótese é que a suposição de um mundo externo, e a idéia de uma verdade enquanto consenso racional não estabelece uma relação necessária entre asserções e mundo. Como fundamentar de maneira coerente o pressuposto de um mundo externo e o seu adequado conhecimento com a concepção de racionalidade comunicativa que determina que somente o acordo racional entre indivíduos pode sustentar a pretensão de verdade levantada por um argumentante em uma discussão racional? Se não existe a possibilidade de uma prova definitiva que estabeleça a ligação entre linguagem e mundo (e, com isso, a verdade das asserções como a representação de estado de coisas no mundo), a distinção entre linguagem e mundo externo apresenta-se como intransponível. Essa pesquisa desenvolve-se, seguindo a argumentação habermasiana, em torno de dois eixos centrais: 1) a questão ontológica do naturalismo, desde a perspectiva de como é possível “se compatibilizar” o fato da normatividade de um mundo da vida estruturado lingüisticamente através das praticas de sujeitos capazes de linguagem e o fato das formas sócio-culturais de vida desenvolverem-se de maneira contingente, tanto natural como historicamente; e 2) a questão epistemológica do realismo, ou seja, o fato de que toda e qualquer descrição de um mundo externo independente e idêntico para todos os que fazem asserções sobre ele só ser possível através da linguagem, isto é, o fato de se estar vedado um acesso imediato à realidade, de maneira a tornar pouco sustentável que o conteúdo de verdade das asserções sobre o mundo estivessem garantidas desde sempre por uma condição transcendental.

 

Palavras-chave: Pragmática Formal – Realismo – Naturalismo – Habermas

 

 

DANIEL SANTOS DA SILVA (Mestrando em Filosofia – UECE/FUNCAP)

danidani_ss@ig.com.br

Orientador: Prof. Dr. Emanuel Angelo da Rocha Fragoso (Filosofia – UECE)

 

Título: Descartes, Pascal, Spinoza e a ontologia do método geométrico

 

Resumo: Uma das preocupações mais relevantes da filosofia moderna é a pergunta pela estrutura fundante da racionalidade humana, ou seja, porque é possível tratar o homem como sujeito do conhecimento. A questão do método é, pois, uma preocupação específica dos autores aqui trabalhados. Por mais que um pano comum perpasse, para além desses três especificamente, a filosofia racionalista moderna, alguns aspectos se tornam interessantes justo pelo contrário: em relação direta com a ontologia, o método geométrico perde sua suposta univocidade e é encarada de maneira plural, dada a diversidade dosa princípios adotados. Descartes, defende um racionalismo do real que ultrapassa as possibilidades do conhecimento para Pascal, e que todavia permanece aquém da potência humana sob uma perspectiva spinozista. A correspondência exigida pelo método entre as premissas e as conclusões não gera problemas, desde que o conteúdo seja abstraído. Contudo, do ponto de vista das definições fundamentais e das espécies de conhecimento, os três autores discordam em temas essenciais, como a natureza de Deus e sua relação com o entendimento humano. O trabalho traz à tona alguns problemas de marca semelhante, buscando efetivar uma relação entre a ontologia e o método em tais filósofos.

 

Palavras-chave: Descartes – Pascal – Spinoza – Ontologia - Método

 

 

DANILO VAZ CURADO RIBEIRO DE MENEZES COSTA (Mestrando em Filosofia – UFPE)

danilocostaadv@hotmail.com

Orientador: Prof. Dr. Alfredo de Oliveira Moraes (Filosofia – UFPE)

 

Título: A dialética do Absoluto no escrito Diferença entre os Sistemas Filosóficos de Fichte e Schelling de G.W.F. Hegel

 

Resumo: No Escrito “Diferença entre os sistemas filosóficos de Fichte e Schelling”, obra publicada no ano de 1801 em Jena no Kritische Journal der Philosophie e referente ao  período de transição entre os momentos “pré-especulativo” enquanto preparação ao sistema e “especulativo” enquanto sistema da e na obra Hegeliana, Hegel intenta apresentar o panorama filosófico de sua época através da análise comparativa da importância e do lugar do Absoluto nos sistemas filosóficos de Fichte e Schelling enquanto próceres do pensamento filosófico alemão.  Assim objetiva este trabalho apresentar como Hegel a partir da problematização do movimento do absoluto em Fichte e Schelling, verificando seus pressupostos e elementos constituintes, demonstrando seus avanços e déficit face à tradição pôde estabelecer sua própria conceitualização do Absoluto como resultante do processo dinâmico de superação das unilateralidades dos modelos Fichte-Schellinguiano pelo princípio especulativo, da totalidade sobre a fragmentação, apresentando o absoluto como auto-manifestação da razão (filosofia) e seu princípio imanente, e postulamos ser a primeira incursão do pensamento de G.W.F.Hegel onde já está claro sua idéia de absoluto e a necessidade da Filosofia como desvelamento e suprassunção da cisão do mundo da vida.

 

Palavras-chave: Filosofia – Razão – Especulatividade – Absoluto

 

 

EVALDO SAMPAIO (Doutorando em Filosofia – UFMG/CAPES)

evaldosampaio@hotmail.com

Orientador: Prof. Dr. Ivan Domingues (Filosofia – UFMG)

 

Título: Conhecimento enquanto valor

 

Resumo: Trata-se de investigar o conhecimento enquanto valor. Conjectura-se que é com Friedrich Nietzsche que se formula pela primeira vez o problema do valor do conhecimento. Tal questão consiste na dúvida pelo quê confere valor ao conhecimento ou, mais propriamente, o que faz o homem julgar o conhecimento como um modo privilegiado de existir. Propõe-se que esta pergunta se coloca em um âmbito metaepistêmico, pois antecede conceitualmente a idéia mesma de conhecer. Assim, situa-se o pensamento de Nietzsche em uma inaudita camada da representação, na qual a hierarquia semântica dos valores é redimensionada e, por hipótese, transvalorada. Sugere-se que a tematização do binômio verdade e falsidade – sua genealogia e estatuto conceitual-, da relação linguagem, sujeito e mundo e do caráter criador de todo conhecer, assim como do aspecto valorativo que lhes perpassa, é o fio condutor adequado para se interpretar Nietzsche enquanto um filósofo no sentido extra-moral. Indica-se que, do interior desta metaepistemologia, mediante uma avaliação filosófica das crenças e suas implicações, Nietzsche oferece recursos para se levar o conhecimento a um nível de problematização que permite esclarecer e ampliar o valor do que conhecemos e o conhecimento de nossos valores.

 

Palavras-chave: Conhecimento – Valor - Nietzsche

 
 

FCA. ROSÁLIA S. MENEZES (Mestre em Filosofia – UFC)

 

Título: Idealidade e tragiciade - dois projetos de educação

 

Resumo: Porque Platão estaria tão decididamente determinado a excluir toda e qualquer poesia da educação superior do jovem grego? A visão platônica da poesia é governada pela epistemologia que subjaz seu novo programa educacional (sua Paidéia filosófica) que tem um ideal de formação filosófica a partir de um conhecimento de um objeto universal, normativo e imutável (mégiston máthema). Como um investigador da idealidade divina que se orienta para o mundo metaempírico, Platão enxerga na experiência poética um perigo moral e intelectual, sendo ela mesma a realização de uma faculdade que é antítese da ciência. A poesia “de caráter mimético” é descrita por Platão como um tipo de produção ou de discurso no qual a verdade é apenas relativa e inferior ontologicamente as certezas absolutas da episteme, que são derivadas do mundo das Formas Perfeitas. No livro X da República, o filósofo ateniense qualifica como fundamental o dano que a poesia pode causar aos seus ouvintes, pois segundo ele, ela “corrompe o claro entendimento” e pode atuar como “veneno psíquico”. Certamente não é essa a compreensão que Nietzsche tem da experiência do êxtase dionisíaco revivido nas tragédias nos palcos da pólis grega. São essas e outras considerações que pretendemos apresentar em nossa comunicação.

 

Palavras-chave: Poesia Mimética – Paidéia – Verdade – Experiência Trágica

 

 

FERNANDO FACÓ DE ASSIS FONSECA (Graduado em Psicologia – UnB)

Orientador: Prof. Dr. José Maria Arruda (Filosofia – UFC)

 

Título: Derrida e a verdade

 

Resumo: Pretende-se, nesta apresentação, tratar a maneira como Derrida concebe o conceito de “verdade” dentro da tradição filosófica, da qual ele chama de metafísica da presença. Será necessário explanar qual posição ele toma na tentativa de questionar essa metafísica sem redundar em uma outra metafísica, já que ele afirma categoricamente que certos autores, na tentativa de desmontar o principio da razão e da transcendentalidade, caem nos mesmos princípios que são a base de uma metafísica da presença. Para isso terá que, em primeiro lugar,   discorrer sobre os conceitos da teoria derridiana; mostrar em que posição o  autor se encontra em relação aos demais autores pós-metafísicos e por último, quais são os empecilhos e críticas sofrida por sua teoria.  

 

 

FILLIPA CARNEIRO SILVEIRA (Mestranda em Filosofia – UFC/CNPQ)

fillipasilveira@uol.com.br

Orientador: Prof. Dr. Custódio de Almeida (Filosofia – UFC)

Título: A essência da verdade no pensamento de Martin Heidegger

 

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar de modo preliminar a concepção heideggeriana de verdade no sentido ontológico-existencial e crítico da tradição epistemológica na filosofia. A partir da leitura do texto da conferência Sobre a essência da verdade, pretende-se abordar de que maneira a verdade em Heidegger: 1. opõe-se ao sentido tradicional de correspondência, negando a verdade da representação ligada ao par de categorias sujeito-objeto; 2. desloca, desse modo, o centro da manifestação da verdade da proposição para o próprio ente em sua modalidade de descoberta e 3. dissolve o par de oposições verdade/falsidade a partir da introjeção da não-verdade na própria essência da verdade. Este último momento leva-nos à investigar o sentido da transmutação da questão da essência da verdade para a questão da verdade da essência no final da conferência. Como base da reflexão, foi indispensável a leitura do parágrafo 44 da obra Ser e Tempo, onde a questão da verdade é colocada no contexto da analítica existencial do Dasein, ente que compreende o ser.

 

Palavras-chave: Verdade – Essência - Não-verdade - Ontologia Existencial

 

FRANSCISCO CARLOS SEMIÃO NASCIMENTO (Mestrando em Filosofia – UFC/CNPQ)

semiasj@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Manfredo Oliveira (Filosofia – UFC)

Título: Ética e tecnociência: ensaios de uma ética da responsabilidade

 

Resumo: Durante milênios as questões da produção de objetos ficaram à margem da reflexão ética, apenas consideradas no bom ou mal uso desses produtos pelo homem, ou seja, houve um tempo em que a técnica e a ciência eram tidas como “neutras”. Hoje, no entanto, são justamente os avanços tecnocientíficos e suas conseqüências que abalam profundamente as concepções éticas e impõem desafios vigorosos tanto às culturas tradicionais, como as tecnocientíficas ocidentais. Prova disso é a crescente crise ecológica: desmatamentos, poluição indiscriminada de rios, entre outros. Ou, ainda, o perigo iminente de novas guerras tendo como principal arma, suas bombas de poder de destruição da própria humanidade. Frente a esse quadro é que o seguinte trabalho se propõe, em torno às reflexões de Hans Jonas, a uma análise do avanço tecnocientífico, em um primeiro momento; depois, apoiado em uma “heurística do medo”;, apontar para a necessidade de novas reflexões éticas que reflitam com a ciência e a técnica o futuro da humanidade. Por fim, buscaremos uma ética da responsabilidade que relembram ao homem seu ser responsável, ou seja, o homem como "pastor-do-ser", tendo como principal defesa a vida humana sobre a terra. O resultado proposto é a preocupação constante com o deixar de lado aqueles descobrimentos tecnocientíficos que não levam em conta a vida humana no futuro e, previamente, buscar, sem limitar as pesquisas tecnocientíficas, alcançar resultados que promovam a vida e não a destruam. O princípio responsabilidade, ou melhor, um ensaio de uma ética que pretende promover e resguardar a vida humana, nos levará a uma análise constante de nosso poder tecnocientífico, procurando simplesmente não obstruir as descobertas tecnocientíficas, mas, pelo contrário, analisar previamente, pelo discernimento, nosso poder de construir a vida e não destruí-la. É preciso defender e valorizar a vida, já que é o único meio de nossa sobrevivência na terra.

 
 

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA (Mestrando em Filosofia – UFC) 

filosofranz@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Kleber Carneiro Amora (Filosofia – UFC)

 

Título: Religião moral na Vida de Jesus de Hegel

 

Resumo: Na obra “A Vida de Jesus” (Das Leben Jesu, Berna – 1795) Hegel faz uma biografia de Jesus em que este é apresentado como mestre de virtude que prega a religião moral contra o legalismo tradicionalista dos judeus. A Religião moral seria a forma verdadeira de adoração a Deus e do reconhecimento do destino último do homem, que ao invés de se prender a fórmulas rigorosas de conduta moral deveria antes encontrá-la na razão que nos indica o caminho dos princípios universais incondicionados que valem para todos os seres racionais.

 

Palavras-chave: Religião - Moral - Razão - Religião Moral - Moral Racional

 

 

ISABEL MARIA PINHEIRO ARRUDA (Mestranda em Filosofia – UECE/FUNCAP)

Orientador: Prof. Dr. Emanuel Angelo da Rocha Fragoso (Filosofia – UECE)

 

Título: O conhecimento segundo Benedictus de Spinoza

 

Resumo: Esta pesquisa tem como finalidade descrever como ocorre o processo de conhecimento na filosofia de Benedictus de Spinoza. Esta questão é abordada em três obras, o Tratado da Reforma da Inteligência – TIE (1662) o Breve Tratado – KV e a Ética (1677). Iniciaremos nossa exposição pelos modos de conhecimento no TIE, no qual o conhecimento não é mais apresentado como o resultado de Uma influência da coisa sobre a mente. No TIE o conhecimento é o meio pelo qual o homem alcançará a beatitude, ou seja, é através do conhecimento que o homem alcança a perfeição, aqui entendida como “o conhecimento da união da mente com a natureza inteira”. No § 19 desta obra Spinoza distingue quatro modos de percepção, sobre os quais dará exemplos nos parágrafos seguintes, a fim de facilitar a compreensão dos mesmos. No primeiro modo ocorre uma percepção que temos pelo ouvir dizer ou por algum outro sinal que se designa convencionalmente. No segundo, há uma percepção que se adquire por experiência vaga. No terceiro há uma percepção em que a essência de uma coisa se conclui de outra, mas não adequadamente; o que se dá quando de algum efeito deduzimos sua causa, ou quando se conclui a partir de algo universal, que vem sempre acompanhado de alguma outra propriedade. Finalmente, há uma percepção em que uma coisa é percebida só pela sua essência ou pelo conhecimento de sua causa próxima. Este modo de percepção é aquele pelo qual percebemos a essência da coisa, por ele sabemos que conhecemos, e denomina-se conhecimento intuitivo. No KV, Spinoza inicia demonstrando alguns conceitos ou a consciência do conhecimento de nós mesmos e das coisas que estão fora de nós. A estes descreve em seguida, como a percepção que se forma pelo que se ouve dizer ou pela experiência, mediante uma crença correta, ou mediante o conhecimento claro e distinto. Já na Ética, Spinoza irá denominar os até então “modos do conhecimento” de “gêneros de conhecimento”, devido à natureza do conhecimento verdadeiro. É na Parte 2 que irá descrever os gêneros do conhecimento, sendo que pertence ao primeiro gênero, à opinião ou imaginação, os conhecimentos adquiridos pela experiência vaga e dos sinais. Pertence ao segundo gênero, ou à razão, o conhecimento advindo do fato de termos noções comuns e idéias adequadas das propriedades das coisas. Por fim, pertencem ao terceiro gênero ou à ciência intuitiva o conhecimento que procede da idéia adequada da essência formal de certos atributos de Deus para o conhecimento adequado da essência das coisas. E é somente este último que é necessariamente verdadeiro, pois procede de uma idéia adequada de um atributo de Deus.

 

 

IVÂNIO LOPES DE AZEVEDO JÚNIOR  (Mestrando em Filosofia – UFC)

ivanioguitarra@ig.com.br

Orientador: Prof. Dr. Guido Imaguire (Filosofia – UFC)

 

Título: O realismo sob dois pontos de vista

 

Resumo: Com o presente trabalho, pretendemos apresentar alguns dos resultados parciais da pesquisa que desenvolvemos no campo da epistemologia. Trata-se de um estudo teórico e sistemático que, por sua vez, tenta responder a uma questão clássica da filosofia, a saber: É possível conhecer a realidade extra-mente? Apesar de encontrarmos, na literatura filosófica, tanto posturas afirmativas como negativas em relação a esse problema, resolvemos, com este trabalho, defender uma posição intermediária. Isso significa que, em nosso entender, o conhecimento humano consiste no resultado de um complexo processo de invenção (subjetiva) e descoberta (objetiva) de elementos, que, juntos constituem o produto de nossa atividade epistêmica. O mundo e a mente interagem de modo a construírem a si mesmos. A partir dos argumentos oferecidos por Hilary Putnam, em seu Razão, verdade e história mostrarmos até que ponto e, em que termos, devemos conceber a objetividade do conhecimento humano. Primeiramente esboçaremos uma doutrina que durante muitos séculos predominou na tradição filosófica: o “realismo metafísico”. Com este, temos a defesa da tese de que a realidade exterior existe independentemente de nossas representações, ou seja, de que as condições de verdade para as teorias que elaboramos encontram-se fora da linguagem, fora das mentes. Em seguida, em contraposição, apresentaremos o “realismo interno” defendido por Putnam enquanto uma crítica a vários aspectos fundamentais do realismo acima citado, bem como a doutrina que acreditamos ser, por fortes razões, a mais plausível.  Em suma, pretendemos expor uma teoria filosófica que, por sua vez, encara a veracidade de nossas descrições sobre o mundo de um ponto de vista interno aos esquemas conceituais, e não de uma perspectiva externalista alheia a todo e qualquer esquema conceitual.

 

Palavras-chave: Mundo – Objetividade – Putnam - Realismo - Subjetividade

 

 

JOELMA MARQUES DE CARVALHO (Mestre em Filosofia – UFC)

joelma_marques@yahoo.com.br

Orientador: Dr. Guido Imaguire (Filosofia – UFC)

 

Título: Intencionalidade e referência

 

Resumo: A questão que pretendo discutir é: será a intencionalidade dos estados mentais um componente necessário para a determinação da referência? Tal questão será analisada a partir da teoria de John Searle (1932- ), e para uma análise crítica da mesma recorrei a autores como Hilary Putnam (1926- ) e o Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Para Searle, a intencionalidade é necessária para que algo físico seja uma representação. A referência é um ato de fala, um ato ilocucional feito intencionalmente por falantes. Putnam rejeita explicitamente a intencionalidade como componente necessário para a determinação da referência. Ele defende que só é possível a alguém se referir a algo, se ele estiver em uma relação causal com este objeto ou com coisas que lhe permitam descrevê-las (Teoria causal da referência). O outro motivo pelo qual Putnam rejeita a intencionalidade é que, segundo ele, explicar a referência em termos de intencionalidade seria circular, pois ter intenções pressupõe a capacidade de referir. O segundo Wittgenstein defende que os estados intencionais não é um componente suficiente e necessário para que algo seja uma representação e ainda que, simplesmente, não existem componentes necessários e suficientes para a representação. A partir da análise destas três posições, pretendo oferecer uma possível resposta à questão inicial.

 

 

JORGE DOS SANTOS LIMA (Mestrando em Filosofia – UFRN)

jslsofos@yahoo.com.br

Orientador: Dr. Glenn Walter Erickson (Filosofia – UFRN)

 

Título: O conceito oculto de justiça em Platão a partir do diálogo entre Trasímaco e Sócrates

 

Resumo: Nesse trabalho objetiva-se analisar, partindo do confronto entre Sócrates e Trasímaco iniciado no Livro I de A República de Platão, a possibilidade de um discurso oculto no conceito de justiça como imutável e perfeito o qual permeia a obra em apreço. Tem-se como principal problema a seguinte questão: O que quer realmente dizer Platão, através de Sócrates e Trasímaco, em afirmar que a justiça está no que é conveniente ao mais fraco e não ao mais forte? Tentar-se-á, responder este e outros questionamentos que possam surgir no sentido de instigar e convidar à reflexão. Metodologicamente, nosso estudo desenvolver-se-á através de pesquisa bibliográfica. Inicialmente apresenta-se o que expõe Sócrates e Trasímaco sobre a justiça; segundo, questiona-se se o argumento de Sócrates é uma verdade ou mentira; depois compreende-se quem são os fracos e os fortes; e, por fim, retoma-se o debate do conceito de justiça para apresentar o que pode ficar oculto num estudo superficial de Platão. Trasímaco afirma que a justiça convém ao mais forte, já Sócrates tenta inicialmente provar que a justiça convém, não ao mais forte, sim ao mais fraco. Pode-se perceber que para Sócrates a justiça não representa o que historicamente tem sido, mas o que deve ser e como deve se manifestar. Porém, o conceito de justiça que postula um dever ser, infinitivamente distante dos acontecimentos da realidade, não seria uma mentira? Sócrates estaria pronunciando uma mentira se concedesse aos fracos o que não lhes pertence. É inerente aos fracos o conceito de justiça que aperfeiçoe sua natureza, esta é a fraqueza, ao contrário de um conceito que lhes imponha seu oposto como queria fazer Trasímaco. Além disto, mentir compete é aos fortes e não aos fracos. Os mais fortes são os filósofos, guardiões perfeitos, representam uma categoria que por natureza possuem a força não lhes sendo próprio qualquer atribuição de fraqueza. O conceito de justiça dado por Trasímaco pode ser debatido apenas entre os fortes. Platão, através da exposição de Sócrates contra Trasímaco na qual a justiça convém ao mais fraco, diz o que deve ser internalizado pelo público, o povão, enquanto que a verdade, isto é, a justiça como conveniência ao mais forte, deve manter-se entre os particulares, os filósofos, ou seja, entre os poderosos. Dessa forma, Platão, manipulando o saber popular, quer defender sua classe, mantendo-se como representante da força. Pode-se, também, estabelecer um paralelo entre os conceitos de caracteres imutáveis e perfeitos que fazem parte da nossa mentalidade popular e acadêmica a exemplo do conceito de Justiça em Platão, concluindo, com isso, que eles podem expressar, nada mais, a vontade de dominar do determinado grupo de poderosos ao qual os conceitos beneficia.

 

Palavras-chave: Justiça – Platão – Força – Fraqueza - Dominação

 

 

KELLY COELHO BRASIL (Mestranda em Filosofia – UFC/FUNCAP)   

kellycbrasil@hotmail.com

Orientador: Prof. Dr. José Maria Arruda (Filosofia – UFC)

 

Título: O conceito do político em Carl Schmitt

 

Resumo: Em minha comunicação pretendo abordar algumas teses centrais do pensamento de Carl Schmitt, sobretudo sua concepção de política como embate de grupos, como agonística e como relação conflituosa, dando especial atenção ao par antagônico que caracteriza o domínio do político: amigo-inimigo. Para Schmitt, o estado identifica-se com o político e a ele devem está subordinadas todas as outras instituições da sociedade, inclusive a economia. A distinção específica no campo do político é aquela entre amigo e inimigo, essa antítese difere de outras presentes, por exemplo, na moral (bom-mau), estética (belo-feio) etc. O inimigo não é um simples competidor ou adversário privado a quem se odeie, o inimigo é público e uma vez identificado há a possibilidade de combate físico e disponibilidade para lutar até a morte, se preciso for. A guerra é o ponto mais extremo que a inimizade pode alcançar, é a negação existencial do inimigo. O caso extremo que parece ser uma exceção não nega seu caráter decisivo, ao contrário, confirma-o mais ainda. Somente num verdadeiro combate é revelada a conseqüência mais extrema do agrupamento político de amigos e inimigos. Se a distinção amigo-inimigo e a possibilidade da guerra forem eliminadas não haverá mais política no mundo. O pluralismo consiste em negar a soberania da entidade política enfatizando cada vez mais que o indivíduo vive em numerosas entidades sociais distintas. Para os liberais, o estado existe para servir a sociedade, ou seja, isso significa que a sociedade determina sua própria ordem e que o estado e o governo lhe são subordinados e por ela devem ser controlados e limitados. A teoria sistemática do liberalismo consiste quase somente numa luta interna contra o poder do estado. Com o propósito de proteger a liberdade individual e a propriedade privada, o liberalismo fornece uma série de métodos para impedir e controlar o poder do estado e do governo. Para o indivíduo enquanto tal não há inimigo com o qual ele deva entrar numa luta de vida ou morte, se ele assim não quiser e compeli-lo a lutar contra sua vontade é, do ponto de vista do indivíduo privado, cerceamento de liberdade e violência. Não obstante, para Schmitt, estado e política não podem ser exterminados. A política continua a ser o destino.

 

Palavras-chave: Estado – Política – Guerra - Liberalismo

 

 

LUCRÉCIO ARAÚJO DE SÁ JÚNIOR (Mestrando em Filosofia – UFPB/CNPQ)

lucrecio.sa@bol.com.br

Orientador: Prof. Dr. André Leclerc (Filosofia – UFPB)

 

Título: Sobre o dizer e o fazer na teoria dos atos de fala

 

Resumo: Analisando de que forma a ação se constrói através da linguagem, Austin formula suas idéias, assim como o Wittgenstein da segunda fase, contrapondo-se à teoria tradicional da linguagem segundo a qual a linguagem é algo essencialmente descritivo. Seu estudo pode ser resumido na seguinte frase: “com o auxílio das manifestações lingüísticas podemos realizar os mais variados tipos de ações...” De acordo com algumas expressões, não descrevemos o que pensamos e fazemos, mas com elas mesmas realmente fazemos alguma coisa. A esse tipo de expressão lingüística, Austin chama de “performativa”, com o intuito de distingui-la das proposições consideradas por exprimirem um ato de constatação. Dizendo algo estaremos sempre também fazendo alguma outra coisa: formulando uma pergunta, dando uma ordem, um conselho, etc. Uma expressão como “Eu prometo...” é usada não para relatar algo, mas para realizar um ato. A contribuição de Austin para esse trabalho será um ponto de partida para analisarmos que a ação se constrói através da linguagem, e não apenas como os empiristas e intelectualistas dizem, que a linguagem é uma leitura do mundo, como fundamentalmente indicativa, ou denotativa, onde os signos lingüísticos ou palavras servem apenas para indicar coisas, ou representá-las junto com idéias; nessa concepção, as palavras têm apenas uma função ou um uso instrumental representativo. Nosso objetivo é investigar e distinguir analiticamente dois atos diferentes: o ato de dizer algo e o ato de fazer algo, em dizendo algo.

 

Palavras-chave: Atos de Fala – Constatativos - Performativos

 

 

MANOEL JARBAS VASCONCELOS CARVALHO (Graduado em Filosofia UECE)

jarbas_vasconcelos@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Jorge Oliveira Triandópolis (Filosofia – UECE)

 

Título: Nietzsche: ética das emoções e dos desejos

 

Resumo: Este trabalho faz parte da linha de pesquisa que pretendo desenvolver no mestrado acadêmico de Filosofia, sendo até agora estes os resultados obtidos. Considerando a Ética nietzschiana como uma ética das emoções e dos desejos, torna-se imprescindível a inclusão dos instintos como crítica ao conceito de racionalidade e de consciência. Ponto central no entendimento da gênese dos valores morais e no processo de transvaloração destes valores. A ética nietzschiana exalta os instintos por considerá-los fundamentais à vida. O contrário a “espiritualização” dos sentidos é sinal de seu declínio e decadência. Por isso, sua Ética privilegia o corpo, afirmando-o como fenômeno muito mais rico e superior do que a crença no espírito, pois, proporciona observações claras e imanentes à vida. A defesa da Ética das emoções e dos desejos significa a realização da transmutação dos valores declinantes da vida baseados na racionalidade, pelos valores ascendentes baseados nos instintos. Privilegiar os instintos significa expandir à vida a partir da vontade afirmativa de potência. Neste sentido a Ética torna-se o tônico vitalizador da vida, pois, possibilita o seu redimensionamento e afirmações incondicionais, tornando-a finalmente o único e valor maior.

 

Palavras-chaves: Ética – Vida - Vontade de Potência - Instintos

 

 

MARCO AURÉLIO DE MEDEIROS JORDÃO (Mestrando em Filosofia – UFC/FUNCAP)

marfilobr@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Celso Pinheiro (Filosofia – UFC)

 

Título: O conceito de guerra justa: uma apresentação do problema

 

Resumo: Analisaremos o conceito de “guerra justa” sob a ótica do filósofo americano John Rawls com o intuito de não só apresentarmos objetivamente esse conceito, tão pouco trabalhado nas rodas filosóficas, como também suas implicações ao levarmos esse conceito às últimas conseqüências. Como isso se dará? Através de exemplos históricos e comparações com outros filósofos que defendem um ponto de vista diferente de Rawls no que se refere a esse conceito. Para tal empreitada nos valeremos de alguns textos básicos, qual seja, o §58 de “Uma Teoria da Justiça”; “O Direito dos Povos”, especificamente a parte III na qual Rawls trabalha a sua teoria não ideal; o texto “Guerras Justas e Injustas”, de Michel Walzer, cujas idéias básicas se aproximam sobremaneira a de John Rawls. Por outro lado, para contrapor essa idéia, utilizaremos duas correntes que discordam não só entre si, como também da tese básica de Rawls. Num primeiro momento nos apropriaremos da idéia de Kant em seu texto “À Paz Perpétua” e mostraremos como o filósofo é contra esse conceito, mostrando como esse termo é paradoxal e com isso impossível de se sustentar; em seguida, apelaremos não para um filósofo, mas para uma tradição, cuja figura principal (se não principal o mais conhecido e comentado) chama-se Nicolau Maquiavel. Seguindo essa linha, o conceito de “guerra justa” não é mais paradoxal, mas sim redundante, pois na política, sendo um estado constante de guerra, faz-se necessário o aperfeiçoamento desta “arte” se quiser sobreviver às suas intempéries. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo levantar a questão acerca desse tema tão polêmico, mas pouco estudado nas universidades brasileiras, talvez por acharmos essa realidade distante de nós já que vivemos num país “pacífico”, cujo histórico de guerra nos é escasso. No entanto, devemos nos atentar para a nossa realidade e percebermos que as guerras não estão tão distantes de nós, e que se quisermos enfrentá-la (seja a favor dela, seja contra) devemos entender sua lógica e seus pressupostos, pois só assim poderemos encará-la de modo crítico e sério.     

 

Palavras-chave: Jus ad Bellum - Guerra Justa - Paz Perpétua

 

 

MARIA LUIZA PINHEIRO COUTINHO (Mestranda em Filosofia – UFC)

 

Título: Sociedade civil no pensamento político

 

Resumo: O interesse com o tema foi fazer uma breve apreciação sobre a noção de sociedade civil no pensamento político. A intenção é destacar que a concepção de sociedade civil como uma esfera antitética do Estado, nem sempre se verificou no pensamento político, ao longo de seu desenvolvimento histórico. Hoje, a noção de sociedade civil, como momento separado do Estado, é tão arraigada que exige um certo esforço demonstrar que nem sempre foi assim. Que sociedade civil, durante séculos, foi identificada como sociedade política, Estado. Em síntese, pretendeu-se apresentar a concepção de sociedade civil, desde o pensamento política da tradição (Aristóteles), até hoje, quando assume a noção de esfera das relações sociais, fora da órbita de regulação do Estado.

 

 

MARIO SAWATANI GUEDES ALCOFORADO (Mestrando em Filosofia – UFC)

sawatani@lawyer.com

Orientador: Prof. Dr. José Maria Arruda (Filosofia – UFC)

 

Título: O conceito teológico-político de soberania em Carl Schmitt

 

Resumo: Na base da Filosofia Política de Carl Schmitt está a idéia de Soberania como um conceito teológico-político. A formulação deste conceito encontra-se principalmente nas suas obras Teologia Política e O Conceito do Político. Para Schmitt, a democracia moderna e liberal neutralizou o campo do político, porque substitui a verdadeira decisão política pelo normativismo abstrato; fundamento do Estado de Direito Moderno. Assim, na Modernidade, teria havido uma secularização de conceitos teológicos e a decisão política soberana, que antes provinha de um Rei, passou agora para a Lei, supostamente abstrata e geral, detentora da decisão política. A democracia moderna parlamentarista seria um exemplo de aniquilamento do campo do político, pois retirou dos cidadãos o direito de discussão e de posterior decisão política. Os partidos políticos e os seus membros tornam a discussão pública e racional um mero formalismo, ou seja, a legitimidade política, nas democracias modernas, se basearia apenas na “legalidade formal do procedimento”. A partir da concepção tradicional de Democracia (governo do povo, povo no poder, autonomia da vontade popular), Schmitt aponta para uma dicotomia entre Democracia e Parlamentarismo. Enquanto Democracia pressupõe homogeneidade do povo e da sua decisão política, o Parlamentarismo, com agremiações e partidos políticos, tem, como princípio, a oposição dos interesses de natureza privada de uma Sociedade. Há uma neutralização do campo do político e uma completa ausência de autonomia na decisão política, soberana.

 

Palavras-chave: Teologia Política – Democracia - Filosofia Política – Democracia -  Parlamentarismo

 

 

NILTON LUIZ DA ROCHA (Mestre em Filosofia – UFRN)

niltonr@correios.com.br

Orientador: Prof. Dr. Juan Adolfo Bonaccini (Filosofia – UFRN)

 

Título: Comentários sobre o ceptismo em Hegel, cap. IV da Fenomenologia do Espírito

 

Resumo: Para Hegel o cepticismo é uma atitude negativa da consciência  natural. Nesse sentido expomos brevemente as passagens que julgamos básicas para sua compreensão notadamente no capítulo intitulado “Liberdade da Consciência-de-si: Cepticismo”, cap. IV da Fenomenologia  do Espírito.

 

Palavras chave: Cepticismo – Liberdade - Negatividade.

 

 

OSCAR CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE BISNETO (Mestrando em Filosofia – UFRN)

oscar.bisneto@bol.com.br

Orientador: Prof. Dr. Juan Adolfo Bonaccini (Filosofia – UFRN)

 

Título: A relação dialética entre o sistema de Hegel e os tropos de Agripa

 

Resumo: A perspectiva do presente trabalho consiste na articulação de três momentos precisos: em primeiro lugar, busca realizar uma apreciação do real significado que possui os tropos de Agripa para a estratégia cética de Hegel. Em segundo lugar, busca expor criticamente a interpretação hegeliana das aporias legadas pela tradição filosófica, não apenas as do ceticismo antigo, mas sobretudo a do dualismo da filosofia crítica de Kant. Em terceiro lugar, pretende evidenciar desse modo como Hegel, quer para negar, quer para defender-se, quer até mesmo para afirmar, sempre e necessariamente está a pressupor os tropos como o único paradigma metafísico, somente a partir do qual ele poderia legitimamente fundar o início do seu Idealismo Absoluto. Ou seja, se já é um lugar comum afirmar que Descartes extrai a validade da certeza do cogito ao levar as objeções do ceticismo às suas últimas conseqüências, então, em se tratando da estratégia cética de Hegel, asseveramos que ele pouco se distancia da postura cartesiana. Pois, igual ao cogito, o ponto fixo de Descartes, o primeiro conceito da Lógica – e que por isso deve servir de eixo de sustentação para todo o sistema – tem de ser totalmente imune aos ataques dirigidos contra a possibilidade segura de um legítimo início para a ciência. Este primeiro conceito da Lógica não será outro que o puro ser, tacitamente adquirido junto aos tropos, que, por ser absolutamente vazio de determinações, não traz consigo nenhuma pressuposição, resultando supostamente incólume face às argüições céticas.    

 

Palavras-chave: Ceticismo – Hegel – Idealismo

 

 

RÉGIO HERMILTON RIBEIRO QUIRINO (Mestre em Filosofia – UFC)

regioquirino@yahoo.com.br

 

Título: O jogo: modelo estrutural da hermenêutica filosófica

 

Resumo: Dentro das discussões na Filosofia contemporânea, a hermenêutica se apresenta como fundamental, pois com o fim de paradigmas fixos e rígidos, modelos absolutos que orientavam a Modernidade, a interpretação e a compreensão se formam para além dos enquadramentos da Modernidade. Esta posição da hermenêutica se dá pelo seu modo de ser compreensão. A partir da reviravolta lingüístico-pragmática efetivada na Filosofia contemporânea, a hermenêutica centra sua atenção não mais nos aspectos teóricos-instrumentais da elaboração de regras para a compreensão, mas, sobretudo, na própria estrutura ontológica da compreensão, portanto, algo anterior à discussão de procedimentos formais para se compreender. Em Gadamer, a possibilidade de compreensão acontece a partir da tradição que chega pela linguagem. Compreensão é interpretação e toda compreensão ocorre na e pela linguagem, por isso, a historicidade da compreensão é um princípio fundamental para a hermenêutica filosófica, pois lhe confere seu modo original e autêntico de ser. Compreender não é um processo exclusivo de uma pretensa razão a-histórica, mas pertence à razão histórica, portanto, tem estreita ligação com a historicidade e a finitude que são condicionantes da razão humana. Daí, a relevância dos juízos prévios (preconceitos) para Gadamer, que denunciam a condição humana da compreensão. Deste modo, a compreensão se diferencia daquela preconizada pela filosofia da subjetividade, que não leva em consideração a condição humana de compreender, a história, defendendo a compreensão totalmente a-histórica, sem vínculos com a historicidade da razão humana. Neste sentido, dentro desta contextualização da hermenêutica promovida por Gadamer, o conceito de jogo desvela-se como modelo estrutural da hermenêutica filosófica de Gadamer, pois apresenta como a compreensão se efetiva na própria estrutura ontológica.

 

Palavras-chaves: Jogo – Hermenêutica – Compreensão - Subjetividade

 

 

ROSEMARY MARINHO DA SILVA (Mestranda em Filosofia – UFPB/CAPES)

marinho_rose@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. José Trindade Santos (Filosofia – UFPB)

 

Título: O conflito em torno da justiça no primeiro livro da República de Platão

 

Resumo: O que se encontra como questão central na República de Platão sobre a justiça é a importância de afirmá-la como alicerce da cidade, e a busca de compreender o que ela é mesmo, ou seja, investigar que noção sustenta as estruturas de funcionamento da cidade ateniense, entre os séculos V e IV. No diálogo, do primeiro livro, identificam-se conflitos no entendimento sobre a justiça. Há uma noção incompleta e inadequada sobre a justiça sustentada pela teoria sofística. E se a justiça inadequada e incorreta estrutura a cidade, esta cidade não pode ser uma cidade justa. E, por isso, só pode ser imprópria para se viver. Uma das conseqüências desta afirmação é demonstrar a noção incompleta de justiça como geradora de uma cidade falsamente feliz e em paz. E este o objetivo desta apresentação. Tornar claro a análise que Platão faz da noção corrente sobre a justiça que determina uma estrutura da polis a partir da retribuição do bem aos amigos e do mal aos inimigos, da conveniência e da vantagem do mais forte. A noção corrente de justiça expressa na teoria sofística analisada por Platão tem por base o conflito entre a noção de bem próprio e bem do outro. Pois há uma dupla compreensão sobre a noção de ‘bem alheio’, que se defini como o bem próprio de cada pessoa usurpando do outro o que lhe é próprio e o bem que é do outro e, por isso, ‘alheio’ a interesses exclusivistas, que permite estabelecer ligações entre pessoas e grupos numa comunidade. A primeira visa o interesse particular de cada pessoa de forma a referir tudo o que há na cidade a si própria e, a outra, as possíveis relações que se estabeleça para se viver coletivamente, favorecendo, principalmente, quem está subordinado ao governo de outrem. É possível uma cidade fundada apenas na compreensão do bem alheio como bem próprio, de modo interesseiro, usurpando da outra pessoa o lhe é mais precioso, ou seja, sua própria vida na cidade, por parte de quem detém o poder de governar e determinar as leis e as penas?  Mas os interesses particulares ficam prejudicados em nome de um coletivo que retira de cada indivíduo a maior satisfação possível de seus desejos e quereres?

 

Palavras-chave: Justiça – Retribuição – Conveniência – Vantagem – Bem Alheio

 

 

THIAGO MOTA F. SILVA (Mestrando em Filosofia – UFC/CAPES)

thmota@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. José Maria Arruda (Filosofia – UFC)

 

Título: Para uma leitura lingüístico-pragmática da teoria da verdade do jovem Nietzsche

 

Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em apresentar elementos que autorizam uma leitura lingüístico-pragmática da concepção de verdade desenvolvida por Friedrich Nietzsche (1844-1900) em seu primeiro período de produção. Para tanto, servir-nos-emos, de um lado, de uma posição pragmática cujo referencial principal é o segundo Wittgenstein, sobretudo, aquele das Investigações filosóficas  e, de outro, do escrito póstumo de Nietzsche Sobre verdade e mentira no sentido no sentido extra-moral (1873). Lingüístico-pragmática seria uma leitura embasada numa filosofia pragmática, ou seja, numa filosofia que põe a linguagem no centro de suas preocupações – ainda que não tenha de se restringir inteiramente a uma reflexão sobre esta –, distinguindo-se por conceber a linguagem como práxis social e por pensar o problema do significado em função do uso da linguagem. Com base em tais premissas, a teoria pragmática da verdade rompe com o correspondecialismo e com pretensões fundacionalistas, definindo a verdade em função dos efeitos favoráveis produzidos por uma proposição. A hipótese que gostaríamos de levantar é a de que Nietzsche, no texto mencionado e num certo sentido avant la lettre, assume posições pragmáticas, uma vez que pensa a verdade a partir da linguagem e esta como práxis social. Nietzsche rejeita a teoria correpondencial da verdade e o fundacionalismo, deixando, já neste escrito de juventude, o caminho aberto para o posterior desenvolvimento de sua teoria do conhecimento, o perspectivismo. O que, no entanto, diferencia Nietzsche do pragmatismo lingüístico tradicional é sua tentativa de pensar a linguagem com base em uma teoria agonística do poder concebido como cerne das relações sociais. A práxis social lingüística, instância pragmática de investigação da verdade, vem assim a ser definida como uma pluralidade de relações de força. Neste contexto, a verdade surge como um regime de poder. Interpretado dessa maneira, Nietzsche e sua colocação do problema do poder viriam complementar e radicalizar a reflexão pragmática acerca da linguagem.

 

Palavras-chave: Nietzsche – Pragmática – Verdade – Linguagem – Poder

 

 

VALDETONIO PEREIRA DE ALENCAR (Mestrando em Filosofia – UFC/CAPES)

valdetonio_alencar@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Guido Imaguire (Filosofia – UFC)

 

Título: Kripke e designação rígida

 

Resumo: A presente pesquisa pretende explicitar a tese kripkeana de que nomes próprios (NP’s) são designadores rígidos, o que será realizado em três momentos: 1) Exposição da teoria; 2) Conseqüências relevantes da teoria e 3) Críticas contra a tese kripkeana. Em uma leitura convencional de Frege, Russell e Searle, afirma-se que esses autores constituíram a abordagem descritivista dos NP´s, pois defenderiam que um NP como “Aristóteles” expressa o significado de uma descrição definida (DD) como “o mestre de Alexandre Magno” ou expressa o significado de um feixe de DD´s, como diria Searle. Contrapondo-se à abordagem descritivista, Kripke defende que NP´s não expressam significado. A estratégia de Kripke consiste em mostrar que o comportamento semântico dos NP´s nos mundos possíveis é distinto do das DD´s. “Mundos possíveis” são, para Kripke, estados possíveis do mundo atual. NP´s são designadores rígidos, isto é, designam o mesmo objeto em todos os mundos possíveis nos quais esse objeto existe; enquanto DD´s não possuem esse comportamento semântico. Em outro mundo possível, Lula poderia não ser o atual presidente do Brasil, mesmo assim ele continuaria a ser Lula. Portanto, independente das descrições que satisfazem um dado objeto num mundo possível qualquer, esse objeto permanece o mesmo, garantindo a rigidicidade dos NP´s. DD´s, ao contrário, designam diferentes objetos nos mundos possíveis. A partir dessa teoria, Kripke defenderá um essencialismo e a existência de proposições verdadeiras necessariamente a posteriori. Contudo, a tese kripkeana sofreu muitas críticas. Dentre elas, destaca-se o problema no escopo dos operadores modais e o problema das atitudes proposicionais.

 

Palavras-chave: Nomeação - Rigidicidade – Kripke